Conto : Encontro na Praia
O sol estava se pondo, pintando o céu com tons de laranja e rosa. A brisa do mar acariciava a pele de Marina enquanto ela caminhava pela areia macia. Ela havia decidido passar um fim de tarde na praia, buscando tranquilidade e um momento de introspecção.
Foi quando ela o viu. Um homem solitário, sentado em uma rocha próxima à água. Ele parecia absorto em seus próprios pensamentos, olhando para o horizonte. Seus cabelos castanhos dançavam com o vento, e seus olhos eram profundos, como o oceano à sua frente.
Marina se aproximou, sentindo o coração bater mais rápido. Ela não sabia o que a impulsionava, mas algo naquele homem a intrigava. Ele olhou para ela, surpreso, como se não esperasse companhia.
“Olá”, disse Marina, sorrindo. “Posso me sentar aqui?”
Ele assentiu, e ela se acomodou na areia ao seu lado. O silêncio entre eles era confortável, como se as palavras fossem desnecessárias naquele momento. O som das ondas quebrando na praia criava uma melodia suave.
“Você vem aqui com frequência?” perguntou Marina.
Ele olhou para o mar e suspirou. “Sim, sempre que preciso pensar. É como se o oceano me trouxesse clareza.”
Marina concordou. “Eu também. Às vezes, a vida fica tão complicada, e a praia é o único lugar onde consigo encontrar paz.”
Eles continuaram conversando, compartilhando histórias e risadas. Descobriram que tinham muito em comum: paixão por livros, amor pela natureza e uma busca constante por significado. O tempo parecia se esticar, como se o mundo lá fora não existisse.
Quando a noite chegou, eles se levantaram e caminharam pela beira d’água, mãos entrelaçadas. As estrelas começaram a pontilhar o céu, e o reflexo da lua na água criava um cenário mágico.
“Eu não acredito em coincidências”, disse o homem, olhando para Marina. “Acho que nos encontramos aqui por algum motivo.”
Marina sorriu. “Eu também. Talvez seja o destino nos guiando.”
Eles se beijaram, e o mundo desapareceu ao redor deles. Naquela praia, sob o céu estrelado, Marina e o homem desconhecido encontraram algo especial. Um encontro que transcendeu o tempo e o espaço, unindo duas almas em busca de amor e conexão.
Marina e o homem desconhecido continuaram a se encontrar naquela praia, dia após dia, compartilhando momentos mágicos sob o Sol ou sob a lua. Ele era fotógrafo de paisagens e a forma de olhar a natureza era mesmo algo que ela achou fora do comum. Suas conversas se aprofundaram, apesar de nunca entrarem em assuntos que os identificassem, como nomes, dados de onde moravam, o motivo de estarem ali naquele período. Eles descobriram que tinham mais em comum do que imaginavam. A conexão entre eles era intensa, como se o universo conspirasse a favor desse encontro.
Uma noite, enquanto caminhavam pela areia, o homem parou e olhou para Marina com seriedade. “Preciso te contar algo”, disse ele. “Não sou apenas um fotógrafo. Sou um viajante do tempo.”
Marina arqueou as sobrancelhas, pensando que ele estava brincando. “Um viajante do tempo? Isso é impossível.”
Ele sorriu, mas havia tristeza em seus olhos. “Não é impossível. Eu vim de um futuro distante, onde a humanidade enfrenta desafios inimagináveis. Vim para cá em busca de algo que possa mudar o curso da história.”
Marina riu nervosamente. “Isso é loucura.”
Mas ele segurou sua mão e olhou profundamente nos olhos dela. “Marina, você é a chave. O amor que compartilhamos aqui, nesta praia, é o que pode salvar o mundo. Nossa conexão transcende o tempo e o espaço.”
Ela não sabia se deveria acreditar nele, mas algo dentro dela dizia que havia verdade em suas palavras. “Como podemos salvar o mundo?”
Ele apontou para o horizonte. “Lá, naquele farol, há um dispositivo que pode alterar o curso da história. Precisamos ativá-lo juntos.”
Marina hesitou. “E se isso der errado?”
Ele sorriu. “Sei que parece insano, mas confio em você. Confio no nosso amor.”
Ela não sabia se ele era louco ou se era ela.
De mãos dadas, eles correram em direção ao farol.
O tal dispositivo realmente estava lá, esperando por eles. Marina não entendia como funcionava, mas o homem parecia saber exatamente o que fazer.
Quando ativaram o dispositivo, o tempo pareceu distorcer-se ao redor deles. Marina viu flashes do futuro, da humanidade unida, superando suas diferenças e criando um mundo melhor. Ela sentiu a energia do amor que compartilhava com o homem, alimentando o dispositivo.
Quando tudo se acalmou, eles estavam de volta à praia, mas algo havia mudado. O homem olhou para ela com gratidão. “Você fez isso, Marina. Mudamos o destino.”
Ela não sabia se acreditava nele, mas sentia que algo extraordinário havia acontecido.
Eles se beijaram, e o mundo parecia mais brilhante, cheio de possibilidades.
Na manhã seguinte, o homem desapareceu. Marina nunca mais o viu, mas sabia que ele havia cumprido sua missão. Ela continuou a frequentar a praia, olhando para o horizonte, esperando que ele voltasse.
A única coisa que ela podia pensar era que, se o amor era tão forte a ponto de mudar o destino da humanidade, certamente eles iriam se reencontrar novamente. E se não acontecesse, mesmo assim ela não deixaria nunca mais de alimentar aquele amor.