EM Revista 

Buscando a plenitude entre o tempo e o corpo,

Caminho com passos serenos, como quem aprende a dançar

A dança da vida, onde o ritmo é o sopro do ar

E o equilíbrio, a chave que mantém a alma em paz.

Envelheço, sim, mas com sabedoria e leveza,

Com o vigor dos dias que ainda ecoam em mim.

Busco saúde nas pequenas escolhas, no respirar profundo,

Nos silêncios que encontro dentro de mim mesmo.

Envelhecer é doar-se à serenidade,

Com a firmeza de quem vive para florescer até o fim.

Jaciara Almeida  

SEGREDOS DESVELADOS

Despimo-nos, não na efêmera retirada dos panos

Que cobrem a carne, mas na exposição velada,

No brilho do olhar que silencia todas as palavras,

No sutil desfolhar do coração, pétala a pétala,

Onde entregamos o que há de mais precioso,

Frágeis, ao toque alheio, nossos segredos desvelados.

É nas falas embebidas de ternura

Que ofertamos a essência da nossa alma,

Cerramos as muralhas, quedamos as defesas

E ali, em nudez plena, revelamos

Cada desejo que pulsa,

Cada alegria que vibra sob a epiderme

E o amor — esse fogo que nos consome,

Aquecendo cada centímetro de pele e sonho.

Mas ao amar, abrimos portas a dores,

Feridas invisíveis que, uma vez deixadas,

Sangram com o veneno de quem partiu,

Deixando a carne exposta, a alma desnuda,

E a cicatriz que, embora profunda,

É prova da entrega total —

A prova de que nos fizemos vulneráveis

Aos sussurros da paixão que um dia nos desfez.

CREPÚSCULO DE NÓS

Quando foi que o nosso amor se perdeu?

Em que momento o vento levou os suspiros

Que outrora selavam nossos lábios com doçura?

Foi no silêncio entre as palavras ditas

Ou nos olhares que se desviaram, cautelosos,

Fugindo do espelho que um dia nos refletiu inteiros?

Quem sabe foi nos abraços que ficaram frouxos,

Nas promessas que desbotaram ao toque do tempo,

Ou na falta de calor ao entrelaçar dos dedos.

Talvez tenha sido no instante

Em que paramos de contar as estrelas juntos,

E passamos a observar o céu separados,

Distantes, como quem espera o amanhecer

Sem a luz que guiava nossos passos.

Ah, se ao menos soubéssemos...

Foi ali, entre a ausência e o desejo,

Que o crepúsculo de nós desceu silencioso,

Nosso amor se perdeu,

Sem alarde, sem gritos,

Desvanecendo-se como neblina ao sol

De um dia que não vivemos mais.

Jaciara Almeida

LIBERDADE

O vento sopra onde quer, sem direção,

sem ter amarras, sem pedir permissão.

Cruza montanhas, florestas e mar,

livre do fardo de ter que esperar.

Eu quisera ser como o vento, ousado,

que se perde no tempo, mas nunca é domado.

Vagueia ao acaso, sem rota ou destino,

sem temer julgamentos, sereno e divino.

Oh, essa liberdade que tanto almejo,

ser brisa leve, cumprir meu desejo,

de ir onde o coração mandar, sem prisão,

e encontrar, no sopro, minha redenção.

Se o vento pode, por que não eu?

Quebrar as correntes, ser livre, ser minha.

Quisera eu, como o vento, voar,

sem medo, sem fronteiras, apenas soprar.

Jaciara Almeida

ESSÊNCIA LIBERTA

Quantas almas vagam no limiar da sombra,

presas em máscaras que o tempo costurou,

temendo o eco da verdade não dita,

de um nome que nunca se ousou.

Quantos se calam, olhando para si no espelho,

desejando ser livres como o vento que sopra,

mas o mundo impõe um peso nos ombros,

como se a liberdade fosse uma utopia remota.

Ser quem se é, na pele nua da alma,

sem o temor de ser desfeito pelo olhar alheio,

é um ato de coragem nascido do peito,

onde a essência encontra seu anseio.

E se ao revelar o brilho guardado,

o respeito florescesse sem temor?

Quantas vidas deixariam de ser sufocadas

pelo jugo de ser quem não se tornou?

Há uma identidade que dorme em cada um,

um canto abafado por medos, por normas,

mas ao se levantar, invicta e inteira,

seria a revolução de todas as formas.

Assume-te, sem medo, sem dor ou pesar,

Brilha intensa, estrela do teu próprio céu,

Na liberdade plena de ser e sonhar,

Tua essência liberta, sem sombra ou véu.

Fé, efemeridade eterna,

um salto cego no invisível visível,

onde o silêncio canta sinfonias

e as estrelas piscam promessas nunca ditas.

É o verbo sem conjugação,

o falar-calado que a alma sussurra

no abismo entre o sonho e o crer-que-sente.

Fé é raiz que ascende,

cresce sem chão, sem guarida,

abraça o vácuo com força de mil sois,

pois nada crer é crer em tudo.

É um amanhecer que se esculpe na noite,

um mar de dúvidas onde o barco flutua,

pois a certeza-incerta sustenta suas velas

E o vento que sopra,

invisível, mas sempre ali,

É o eco da esperança-nascente

que em cada alma refaz seu caminho.

Fé é, no fim,

crer sem ver,

ser sem ter

e tocar o amanhã

com os olhos fechados.

Jaciara Almeida

ESPERAR

Esperar faz sentido, talvez,

No gotejar lento de promessas,

No relógio que marca o invisível,

Onde a vida escoa, pacientemente, Entre desejos calados e olhares perdidos.

Esperar a chuva no deserto,

Oásis que se desfaz em miragem

Ou o trem que nunca chega,

Será que a alma encontra paz

Enquanto o tempo corre solto?

Esperar a mão que nunca vem,

O toque que arde na distância,

A palavra dita ao vento,

Será que viver é sempre adiar

O sopro de um futuro que nunca floresce?

Esperar o riso, o abraço, o amor,

Esperar o convite, o perdão,

A cura, o milagre, o nascer do sol,

E se a espera for o cárcere da alma, Presa num ciclo de sonhos adiados?

Ou será que a vida vive no entre?

No suspiro que antecede o beijo,

No olhar que revela sem palavras

Que o tempo não é o senhor dos desejos,

Mas apenas um espectador.

Afinal, vale a pena esperar

Quando o coração já pulsa forte

E as horas não carregam promessas, Mas sim a entrega imediata

Do que o amor ousa desenhar?

Talvez a espera seja relativa,

Um jogo entre o hoje e o amanhã,

Mas eu prefiro crer

Que o agora já tem seu encanto,

E a felicidade... não espera ninguém.

Jaciara Almeida

CONVERSA MUDA

Há silêncios que nascem sem aviso,

Um vazio entre palavras que outrora floriam,

Os dias não trazem mais versos,

E a brisa que antes cantava, hoje apenas murmura.

Será que na transparência das fraquezas

Algo se quebrou e afastou?

Ou, talvez, outro encanto cruzou seu caminho...

Enquanto meu olhar se perdeu na neblina?

Sigo, então, a conversa muda,

A alma exposta, sem pedir permissão,

E aceito que o destino, com mãos leves,

Desvie promessas e apague a canção.

Jaciara Almeida

ENTRE VÉUS E SILÊNCIOS

Entre véus que dançam, a mente divaga,

Nas sombras do tempo, um sonho se alaga,

O destino murmura promessas sutis,

E o eco responde em tons infantis.

Há pressa no vento, mas calma no olhar,

A alma se veste, sem pressa de andar,

Entre o ontem e o agora, se perde a razão,

Enquanto o corpo hesita em buscar direção.

Figuras distantes, silentes, a espreitar,

Como espectros antigos, velando o lugar,

Onde escolhas se tecem num fio de vapor,

E a roupa da vida reflete o temor.

Em passos etéreos, contorno o vazio,

Tecidos de sonhos, num fluir tão macio,

No sonho desperto, me encontro a vagar,

Entre véus de incerteza e o tempo a pesar.

Jaciara Almeida

SINFONIA DE SENTIDOS

O amor tem o cheiro de flores abertas ao sol,

um perfume que dança, insinuante, no vento.

Ele veste o corpo com notas de desejo,

como a pele depois da chuva quente, exalando vida.

Tem gosto de fruta madura, que se entrega ao toque,

suave e suculenta, invadindo a boca com doçura.

É o beijo molhado que derrama o tempo,

um vinho raro que embriaga a alma.

Descubro-o em teus lábios, ardentes e demorados,

no teu corpo que pede mais do que promessas.

E sacio-me na urgência dos teus toques,

onde cada arrepio é um verso secreto,

um poema entre lençóis.

Teu amor é chama que não apaga,

um desejo que queima e acalma,

como o sabor de eternidade que sinto,

cada vez que teus braços me envolvem,

e tudo em nós vira sinfonia de sentidos.

Jaciara Almeida

MOMENTE-SE

Eu te busco nas entranhas do agora,

no palpitar desse instante que se desenha

como uma onda fugaz que beija a areia,

e no toque se desfaz, mas nunca morre.

Momente-se, amor, como o ar no peito,

como a chama que não cede ao vento,

seja no breve o eterno contido,

um suspiro que renasce em cada segundo.

Momente-se nos meus braços,

e que o tempo se cale, sem nome,

pois só o teu rastro é o que me importa,

só o teu toque é o que me move.

Neste espaço que é agora,

somos o todo em fragmentos,

grãos de um relógio que nos abraça,

e, sem medo, nos tornamos momentos.

Momente-se em mim,

no eco do agora,

pois no breve de nós

Existe o sempre.

Jaciara Almeida

NÃO SEI PORQUE INSISTO...

Não sei porque insisto

em decifrar o teu mistério,

se em cada olhar teu,

me perco no abismo de nós dois,

tateando silêncios que não me dizem nada

e ao mesmo tempo, tudo.

Insisto em te amar,

na curva do tempo que desdobra o desejo,

num beijo que nunca dei,

mas sinto no vento que roça meu rosto

toda vez que teu nome ecoa na minha pele.

Talvez insisto,

porque o amor é feito de teimosia,

de promessas não ditas,

de um querer que não cansa,

mesmo quando o eco é de ausência

e o corpo sofre a distância.

Jaciara Almeida

NÃO SEI PORQUE INSISTO...

Não sei porque insisto

em decifrar o teu mistério,

se em cada olhar teu,

me perco no abismo de nós dois,

tateando silêncios que não me dizem nada

e ao mesmo tempo, tudo.

Insisto em te amar,

na curva do tempo que desdobra o desejo,

num beijo que nunca dei,

mas sinto no vento que roça meu rosto

toda vez que teu nome ecoa na minha pele.

Talvez insisto,

porque o amor é feito de teimosia,

de promessas não ditas,

de um querer que não cansa,

mesmo quando o eco é de ausência

e o corpo sofre a distância.

Jaciara Almeida

EU E O OUTRO

Deixamos um pouco de nós no outro,

Quando na vida, um certo alguém, se amou,

E nesse espelho de toques e sentidos,

Sou também o que o outro deixou.

O amor é feito de fragmentos,

Pedaços que se mesclam na entrega,

Eu sou o que dei e recebo

O que do outro em mim se carrega.

O outro também sou eu,

No reflexo de mãos que se estendem,

Amor que transborda e transcende,

E de nós dois, um só se escreveu.

Eu sou o outro amor que me forma,

No silêncio que tanto revela,

Deixei-me em ti como norma,

E agora, em nós, sou novela.

Enfim, o outro é sempre parte,

De um eu que se refaz no sentir,

E o amor, em sua fina arte,

Nos torna a unidade do porvir.

Jaciara Almeida

GUARDO O TEU AMOR

Guardo o teu amor, guardo-o de cor,

nas veias que correm os teus segredos,

no pulso que vibra à flor do toque,

nas palavras que os teus olhos calam.

É um amor de nascente tímida,

que brota manso, mas cresce feroz,

invadindo cada recanto da pele,

onde só o desejo é capaz de morar.

Guardo o teu amor, guardo-o de cor,

no riso que quebra o silêncio do medo,

na brisa que traz o teu cheiro ao vento,

nos gestos que dançam sem querer,

como o encontro dos teus dedos nos meus.

E nesse amor que nasce em nós,

dois corações pulsando em uníssono,

cada batida é promessa antiga,

renascendo sempre, sem fim.

Jaciara Almeida

SUOR E CORAGEM

Que faço eu, de alma erguida e peito rasgado,

Se as lutas que trago nas mãos calejadas

São sombras aos olhos de quem nunca viu

A estrada sinuosa, a pedra e o frio?

Meu tempo? Contam-no em rugas, em dobras,

Como se o saber tivesse a forma de uma face.

E o mérito, outrora esculpido em suor,

Agora desbota ao toque do tempo, que passa.

Ah, que frágil é o fio da credibilidade,

Que, nos olhos alheios, nunca se ata.

É a idade? A estranheza que, de mim, emana?

Ou a falta de experiência que tanto clamam?

Mas não sabem eles das noites sem fim,

Do peito em guerra, das marcas enfim.

Avancei pelo peso da minha vontade,

E cada passo foi luta pela liberdade.

E mesmo sem o laurel do valor,

Caminho firme, com meu próprio louvor.

Pois, na minha história, há suor e coragem,

E o descrédito não apaga a verdade da minha viagem.

Jaciara Almeida

ABRAÇO DA ALMA

Entreguei-te os meus segredos

com a suavidade de quem desata nós

que o tempo, em sua dureza, insiste em atar.

Minhas dores, aquelas que não ouso confessar às estrelas,

derramei em teu colo,

e nos teus olhos, meu luto encontrou um refúgio.

Chorei na sombra das noites sem cor,

mas quando te vi, o sorriso ressurgiu

como a aurora que banha o céu em cores novas.

Ah, meu corpo, tão pequeno diante do teu,

se arrepiou no instante exato em que teus braços

abraçaram não só a carne,

mas a essência perdida em minha alma.

Dei-te meu amor como quem dá o último fôlego,

como quem se despe de todas as defesas

e ainda assim, se sente protegido.

Dei-te meu tudo,

porque em ti encontrei o pulsar

que sempre procurei em silêncio.

Jaciara Almeida

SER INTENSA E SERENA

Carrego em mim o lume que devora,

um incêndio calmo, que nunca implora.

Sou tempestade e brisa no mesmo passo,

furacão de sensações, e em silêncio me refaço.

Há em mim o ímpeto que rasga o peito,

e a leveza da manhã que vem sem jeito.

Eu sou a chama que arde sem aviso,

mas também sou o rio que busca o paraíso.

Ser intensa é sentir em cada poro,

o mundo a pulsar, o desejo que imploro.

Mas ser serena é abraçar a maré,

deixar que a vida me leve com fé.

Eu sou o fogo que não se cansa de arder,

e o orvalho que vem o chão proteger.

Entre extremos, encontro a harmonia,

sou a dança entre força e calmaria.

Jaciara Almeida

TEU OLHAR

Teu olhar, enigma em véus de mistério,

Desvela horizontes onde o tempo se cala,

É lume que arde, invade e instiga,

Um reflexo de céus onde a alma se embala.

No brilho dele, há risos e lágrimas veladas,

Na profundidade, segredos que o vento embala.

Teu olhar, um convite ao abismo e ao voo,

Sussurra promessas e devora esperas.

Entre silêncios e brilhos, o que será que esconde?

Uma ternura que acalma, um desejo que fere?

Ou talvez, quem sabe, a incerteza que arde,

Nos olhos que falam o que os lábios não dizem.

Teu olhar mistura de paz e tormento,

Onde navego, sem rumo, no mar do incerto,

Num vai e vem de saudade e encantamento,

Onde perco e me encontro, no eco do teu deserto.

Jaciara Almeida

Boa tarde, companheiros de estrada,

que o sol do horizonte te abrace suave

e o vento sussurre canções de liberdade.

Que cada passo seja leve,

e que os sonhos que carregas no peito

se espalhem como flores no caminho.

Entre sombras e luzes,

nos becos e nas esquinas da vida,

que a tarde te envolva com a paz de quem sabe a força que tem ao seguir em frente, mesmo quando o dia se despede.

Jaciara Almeida

NÓS

Tu e eu

Apenas nós

Com amor

Carinho

Sós e nus

Teu olhar

Meu sentir

Nosso ar

A fluir

Sem porquês

Só prazer

Mãos que falam

Sem dizer

Bocas calmas

A ceder

Ao desejo

De existir

Tu e eu

Sem fugir

Corpos quentes

A se unir

Sós e nus

No sentir

Nada importa

Além de nós

Neste abraço

Sós, tão Sós

Onde o amor

Nos conduz

Sós e nus

Tu e eu,

No silêncio a sós,

Com amor que desnuda

A alma em nós,

Carinho que vibra,

Sós e nus,

Onde o toque é verbo

E o desejo é luz.

Jaciara Almeida

AS MÃOS QUE SE ENCAIXAM

Há um segredo guardado no toque,

nas linhas que se cruzam, sutis, entre dedos.

É como se o destino tecesse no silêncio,

um laço invisível, um elo incompreendido.

Nossas mãos se encontram como rios,

correndo em direção ao mesmo oceano,

ávidas por navegar nos mistérios do outro,

descobrindo marés de carinho e desejo.

Cada curva de palma, cada calo,

guarda histórias de vidas que se tocam,

e quando os dedos se entrelaçam,

o mundo suspira, o tempo se desfaz.

Nesse encaixe perfeito, quase sacro,

não há mais dúvidas, não há mais espaço:

somos dois e ao mesmo tempo um,

um encaixe que completa, sem pressa,

onde cada toque é promessa e canção.

Jaciara Almeida

CAMINHO CRUZADO

Fazia tempo que a vida

Em seus passos solitários,

Não dividia o fardo,

Nem o riso inesperado.

Mas eis que, na curva do acaso,

Surge o encanto,

Um alguém para compartilhar o peso e o pranto.

Foi inusitado o teu sorriso a brilhar,

Tua luz suave ao caminhar.

Dividimos a conta e também as histórias,

Cruzamos vidas, somamos memórias.

É gratidão que escorre por entre os dedos,

Por ter encontrado em ti, nos segredos, A alegria simples de estar presente,

De rir ao lado, de ser mais gente.

Que este caminho, de encontros e desatino,

Seja sempre abençoado, leve e divino.

Jaciara Almeida

FOLHA EM BRANCO

Nada além de mim mesmo e de uma folha em branco,

um vazio que ecoa, silencioso, em meus pensamentos.

As palavras que um dia fluíam como rio, agora hesitam, como se o tempo as tivesse afogado em saudade.

Recordo o toque suave das memórias,

deslizando por entre os dedos como poeira dourada, uma lembrança de um amor que já foi primavera, mas hoje é outono, carregando a brisa de despedidas.

Nesta folha em branco, rabisco o que não foi dito, os sussurros que o vento levou para longe, os olhares que, por timidez, não se cruzaram e os beijos que ficaram suspensos no ar.

Ah, como a alma se aperta na audesa desses dias, em que o passado, como um velho amigo, vem me visitar sem avisar, trazendo consigo a doçura das promessas que jamais cump rimos.

Aqui, entre linhas e suspiros, sou eu,

nada além de mim mesma, a buscar no vazio o que um dia foi amor, e hoje, é apenas uma folha em branco.

Jaciara Almeida

AMOR LIVRE

O amor, por si só, é leveza etérea,

desprendido de qualquer grilhão ou laço,

não se curva à posse vil e deletéria,

não busca escravizar, nem se faz embaraço.

Ama-se por deliberação sublime,

pela liberdade que exala essência,

não exige do outro o reflexo em rime,

mas convive com a imperfeita cadência.

Na inteireza, o amor encontra morada,

nos descompassos, sua sutil completude,

entre os que se amam, a alma alçada

mergulha no êxtase da verdadeira plenitude.

Jaciara Almeida

MENINA, ESPELHO DE MÃE

Sorriso travesso, olhar que brilha,

Na menina sapeca, a mãe se espelha,

É como se o tempo, com suas linhas,

Desenhasse na filha sua centelha.

Passos ligeiros, risos no ar,

Cabelos ao vento, o mundo a brincar,

Essa menina, tão cheia de vida,

Carrega no peito a mãe querida.

Seus gestos, suas falas, seu jeito gentil,

Têm o toque da mãe, doce e sutil,

Juntas dançam, num laço sem fim,

A menina é a cara da mãe que há em mim.

Sapecas, leves, rodopiam e dançam

No ritmo da vida, aprendem a amar,

Uma história que segue, um ciclo sem fim,

Mãe e filha, no amor que não tem confim.

Jaciara Almeida

MENINA, ESPELHO DE MÃE

Sorriso travesso, olhar que brilha,

Na menina sapeca, a mãe se espelha,

É como se o tempo, com suas linhas,

Desenhasse na filha sua centelha.

Passos ligeiros, risos no ar,

Cabelos ao vento, o mundo a brincar,

Essa menina, tão cheia de vida,

Carrega no peito a mãe querida.

Seus gestos, suas falas, seu jeito gentil,

Têm o toque da mãe, doce e sutil,

Juntas dançam, num laço sem fim,

A menina é a cara da mãe que há em mim.

Sapecas, leves, rodopiam e dançam

No ritmo da vida, aprendem a amar,

Uma história que segue, um ciclo sem fim,

Mãe e filha, no amor que não tem confim.

Jaciara Almeida

BRAÇOS ABERTOS

Guardo um abraço que é feito de lume,

Ofereço-te o amparo em braços abertos,

Onde o toque traduz o que em nós resume

As incertezas que viram caminhos certos.

Cada aperto dissolve o peso da vida,

Com a ternura que afasta a tua dor,

E o silêncio revela, em alma sentida,

Que somos notas no mesmo acorde de amor.

Teus braços são cais onde anseio o destino,

Nos meus, encontras o sopro do perfeito;

Eu e você, partilha do mesmo hino,

Do coração que pulsa dentro de um peito.

Somos o uno, e, ainda assim, o indigente,

O incompleto na completude do sentimento,

Dois seres frágeis, buscando o transcendente,

Vencendo o mundo com o amor e o tempo.

Jaciara Almeida

Permita-me

Permita-me ser o calor do toque

que desperta a pele em arrepios,

o som do riso que ecoa suave

em meio às suas manhãs de silêncio.

Quero ser o gosto doce

que invade os lábios num beijo,

o perfume que paira no ar

e te acompanha em cada passo.

Que eu seja a pausa entre os dias,

o momento em que respira fundo

e encontra a paz em meu abraço.

Que eu seja teu refúgio,

mas também teu impulso para voar.

Que sejamos, juntos, o eco

de todas as melhores sensações

que a vida pode nos dar.

Jaciara Almeida

AMAR-TE É...

Amar-te é acordar no ritmo do teu sorriso,

uma sinfonia que ressoa nos dias calmos e agitados,

é navegar em mares que desconheço, mas não temo,

pois tua presença é bússola que me guia.

Cada amanhecer é um pacto silencioso,

um juramento tácito que renovo ao sentir-te perto,

amar-te é escolher-te, sempre,

mesmo quando as tempestades ameaçam.

Teu nome é a palavra mais doce que guardo na alma,

e teu abraço, o abrigo que me acolhe sem perguntar.

Amar-te é uma constância, um fluir ininterrupto,

um rio que não seca, mesmo nas mais áridas paisagens.

E a felicidade está na simplicidade do nosso existir,

no teu olhar que me faz permanecer,

na certeza que, a cada dia,

escolho entregar-me, inteira, sem reservas,

pois amar-te é viver, e em viver-te, sou.

Jaciara Almeida

❤️

No verso mergulho,

Antevendo teu amor,

Pronta-mente me entrego,

Nas linhas, entrelinhas,

Te peço: aceite meu fervor,

Poeta em versos,

Tão seus, tão meus,

No amor que flui em cores,

Nas estrofes que escrevemos,

Nas estrofes, escrevemos

Nosso amor em versos.

Escrito por Jaciara Almeida

Luz límpida, lenha lunar,

Lenço levado, liberdade a luar.

Lábios langorosos,

lançam Lamentações,

Ligam-se Laços, Lendas Luminosas,

Lua Ligeira, Linda Lua Lenda.

Lágrimas licenciosas, lutam Lado a Lado,

Levando lembranças, livres, largas,

Love-se Lua, Lua-luar.

Jaciara Almeida

Relações líquidas, frágeis como névoa,

Descarte fácil, destino vil,

Que dissolve conexões num mar de incerteza,

Mas na correnteza fria, onde tantos se afogam,

Surge a essência, que desafia a tristeza.

Na fluidez dos vínculos, onde tudo escapa, ergue-se a alma

Pois mesmo na sociedade que se desmancha, há quem resista.

Num oceano de efêmeros contatos,

Onde as marés levam o que parecia ser,

O inabalável persiste, intacto,

Desfazendo o frágil para renascer.enha lunar,

Lenço levado, liberdade a luar.

Lábios langorosos,

lançam Lamentações,

Ligam-se Laços, Lendas Luminosas,

Lua Ligeira, Linda Lua Lenda.

Lágrimas licenciosas, lutam Lado a Lado,

Levando lembranças, livres, largas,

Love-se Lua, Lua-luar.

Jaciara Almeida

Olhos de ressaca, profundos mares,

De Capitu, enigma e maresia,

Na cor de jabuticabas, mistérios pares,

Que atraem, afogam, e vãos desvia.

Olhos que guardam a noite inteira,

Negros, brilhantes, de sombra e luz,

Em cada olhar,

A vida a se entrelaçar,

Na doce tormenta que me conduz.

JaciaraAlmeida

MEU CORAÇÃO

Meu coração pertence ao amor,

que se insinua em cada batida,

um laço invisível, sem dor,

mas que na alma se eterniza.

É teu nome que pulsa em mim,

teu olhar que me faz renascer,

na simplicidade do sentir,

sou tua sem nada esconder.

Que esse amor, doce alvorecer,

seja sempre a minha verdade,

onde a alma encontra o prazer,

e o coração a eternidade.

Jaciara Almeida

A luz que emanas, brilhante e intensa, perturba aqueles que se opõem à tua essência.

Ela não se apaga, continua a iluminar teus caminhos com força inabalável, ofuscando os olhos dos adversários.

Essa luz é a chama da tua autenticidade e coragem, uma radiância que te define e inspira, mesmo em meio à escuridão e à inveja alheia.

Mantém-se firme, pois essa luz é teu maior poder, um farol que guia e desafia, imperturbável e eterna.

Jaciara Almeida

PERTENCER E PARTILHAR.

Por favor, me pega para pertencermos plenamente.

Por paixões profundas, prenda-me,

Perto, para partilharmos promessas.

Pega-me, por favor,

Pois palpitações perenes persistem,

Palavras poéticas pulsam.

Pega-me para, por inteiro,

Proteger-me, proporcionar paz,

Para partilharmos pensamentos preciosos.

Pega-me para perpetuar prazeres,

Para pertencer ao porto seguro,

Para prometer plenitude e paixão.

Jaciara Almeida

Sereia silenciosa, sondando sentidos submersos,

Ela emana enigmas, existindo em essência,

Mar mapeia mistérios, manifestações magníficas,

Amar é abstrair, ascender à alma, além.

Jaciara Almeida

tautogramautovral

Hoje,

Eu só quero que o dia termine bem,

Com serenidade e amor,

Para que amanhã nasça com renovado ardor.

Eu só quero que o dia termine bem,

Que o sol se ponha com doçura, sem pressa,

E a noite abrace meus sonhos,

Com a leveza de um suspiro.

Que a paz encontre meu coração,

E a esperança floresça em meu peito,

Como uma estrela que brilha

No silêncio do anoitecer.

Bom dia com poesia

Jaciara Almeida

BELA, LUA, JACI

Jaci, joia jovial,

Jardineira de jasmins,

Juventude jubilosa,

Jorrando luzes suaves,

Jóia de julgo lunar.

Jaci, lua linda,

Luminescência límpida,

Lembrança de lendas,

Levitando leve no céu,

Luz de lábios lunares.

Bella, bela luminescente,

Bordada de brilhos,

Banhada de belezas,

Balsamo das noites,

Bela lua, Jaci.

Tautograma autoral

Jaciara Almeida

@jaciaralmeida_

EU TE AMO

Muito mais que palavras sussurradas,

No olhar expressadas e em ações reveladas,

"Eu te amo" ressoa como eco

Das almas que se encontram abraçadas.

Vai além das palavras ditas em silêncio,

É sentimento que transcende a razão,

Nos olhares que se perdem na distância,

Na ternura de um simples apertar de mão.

"Eu te amo" é a chama que não se apaga,

Mesmo quando o vento sopra em vão,

É o abrigo no frio da madrugada,

O consolo na mais profunda solidão.

É a poesia escrita em versos sentidos,

No compasso do pulsante coração,

É o beijo doce que sela destinos,

A certeza do eterno e indivisível,

A mais pura e singela devoção.

Jaciara Almeida

QUERIDO AMOR,

Entrelaço-me em teus sonhos,

nos segredos que ainda não desvendamos,

nos abraços que o futuro promete,

e nas promessas que nossos corações guardam.

Teu olhar, luz que guia meu caminho,

espelho de uma alma pura, leve, intensa.

Nos sorrisos que ainda não compartilhamos,

encontro a completude de um amor verdadeiro.

Quando penso em nós,

imagino florescendo em cada estação,

brisa suave em meio a tempestade.

Desejo-nos assim, plenos e infinitos,

construindo memórias com equilíbrio.

sussurrando eternidades em beijos,

Em ti vejo o reflexo do que sonhei,

uma melodia de paz e fervor,

Encontro de almas, poesia eterna.

Jaciara Almeida

BEIJO DE CINEMA

Queria sentir teus lábios à procura dos meus,

suavemente, plenamente, simplesmente.

A mente não mente, que de repente,

senti o gosto do mel em tua boca, meus devaneios.

O primeiro toque, etéreo, quase místico,

sela promessas em sutil alquimia,

deliciosamente, te olho e beijo-te delicadamente.

Tal qual o beijo de "A Dama e o Vagabundo".

Quero esse talharim, "pertim" de mim,

Sentindo-me ligada a ti, como beijo de cinema,

na doçura desse instante, o tempo se desfaz,

somos uno, em carícias de veludo.

Nossos lábios, em dança ritmada, eficaz,

Nos envolvem em um laço de amor absoluto.

Ah, como desejo o calor do teu toque,

A suavidade dos teus lábios junto aos meus.

Que esse momento, eterno se foque,

e que sempre sejamos, amantes e plebeus,

entrelaçados em profunda comunhão,

Eu sou tua Julieta, e tu és meu Romeu.

Jaciara Almeida

Avança, Desbrava, Desafia

Avança, desbrava o próprio tempo,

Desafia a bruma que encobre o horizonte,

Com passos firmes, atravessa o vento,

E ouve o coração, qual sutil fonte.

Deixa pra trás o medo e a dúvida,

Rasga as tramas da incerteza crua,

Com coragem, enfrenta a senda árdua,

E vê além da névoa, a estrada nua.

Vive a plenitude do instante,

Ama o incerto e o destino ousado,

Com sonhos vibrantes, segue adiante,

E faz do presente um elo dourado.

Ergue-te após a queda, sem desdém,

Crê na luz que nasce após a aurora,

Sabe que a jornada vai mais além,

E que o futuro é feito agora.

Jaciara Almeida

SEM CONEXÃO

Laços rompidos, rede insegura,

Nossos sinais de afeto se perderam,

Palavras soltas na noite escura,

Olhares que não mais se entenderam.

Um silêncio frio se instalou,

Na ausência do toque, do aconchego,

O vento levou o que restou,

De um vínculo que era sossego.

Bits de carinho desconectados,

Perdidos em vastos campos de saudade,

Onde antes passos entrelaçados,

Agora ecoam solidão e ansiedade.

Restaurar a rede, reatar os fios,

É um sonho que insiste em ficar,

Nos erros, nos vazios, nos desafios,

Encontrar a faísca para recomeçar.

Mas enquanto o sinal do Wi-Fi não retorna,

Nosso amor navega à deriva,

Esperando que o tempo torne

A conectar o sentimento em nova perspectiva.

Jaciara Almeida

EU QUERIA TUDO DE TI

Eu queria tudo de ti,

teu olhar, janela para universos desconhecidos,

onde me perco e me encontro, numa dança de reflexos.

Teu sorriso, raio de sol que atravessa minhas sombras,

e desenha constelações de esperança no meu ser.

Tuas mãos, escultoras do nosso destino,

que moldam carícias e segredos em cada toque.

Teu beijo, incêndio suave que devora meus medos,

transformando cinzas em brasas vivas de desejo.

Tua presença, essência que inunda minha alma,

fazendo-me sentir inteira, como se o tempo parasse

e o mundo se resumisse ao instante do nosso amor.

Jaciara Almeida

ALMAS ERRANTES - PARTE I

Da janela, meus olhos deslizam sobre o compasso frenético

Dessas almas errantes que transitam sem norte,

Mergulhadas em um mar de passos que não sabem seu destino,

Perdidas no labirinto de sua própria essência.

Alguns chegam, outros partem,

Como marés que nunca se encontram,

Cada qual imerso em sua travessia solitária,

Desconhecendo o propósito profundo de amar.

Há os que, como Descartes, buscam razões em vãos argumentos,

Enquanto outros se perdem em descartáveis existências,

E há ainda aqueles que, impiedosamente,

São lançados ao esquecimento por corações alheios.

Entre a multidão, corações feridos sangram em silêncio,

Fragmentos de vidas partidas, sonhos desfeitos,

Rostos anônimos na vastidão do ser,

Ecoando o grito mudo de sua dor.

E assim, a vida segue seu curso inexorável,

Num perpétuo vaivém de emoções e desilusões,

Onde o verdadeiro sentido de existir

Perdura como um mistério, aguardando ser desvendado.

Jaciara Almeida

ALMAS ERRANTES - PARTE II

No lusco-fusco da tarde, sombras alongam-se

Como as mágoas que se enredam nos corações cansados,

Que, ao sabor de desencontros, desvanecem suas esperanças,

Deslizando para o crepúsculo de suas próprias incertezas.

Vejo almas que se perdem na multidão, Rostos aflitos derivantes

Máscaras de indiferença que ocultam profundos abismos,

Cada olhar uma história não contada,

Cada passo um enigma a ser decifrado.

Há os que amam sem saber porquê,

Na penumbra de sentimentos incompreendidos,

E há os que jamais conhecerão o toque suave do afeto,

Aprisionados em suas próprias solidões.

Entre os ecos do frenesi urbano,

Corações feridos reverberam seus lamentos,

Num concerto de dores inaudíveis,

Onde o pulsar da vida se confunde com o do sofrimento.

A existência continua seu desfile melancólico,

Num desfile de almas que buscam, em vão, redenção,

Pelos caminhos tortuosos de suas fragilidades,

Ansiando por um vislumbre de sentido,

Que possa trazer alívio ao peso de seus fardos.

E eu, da minha janela, observo este teatro efêmero,

Questionando a trama que nos une,

Tentando encontrar, nos rostos que passam,

O reflexo de uma verdade maior,

Que revele a essência de nossa humana condição.

Jaciara Almeida

Sozinha,

Vinho branco em minha retina,

Refresca a pele retinta,

Paixão que alucina,

Carente de teus beijos,

A tinta se destina,

A pintar em versos

O amor que me fascina.

poema de 

@jaciaralmeida_

INDIVISÍVEIS

Seja lá do que for que nossa alma se engendre,

Tua essência, à minha, a áurea entrelace atende.

Teus olhos, lâmpadas, em meus anseios se refletem,

E em cada brando sopro, nossos desejos se manifestam.

Seja lá do que for que nossa alma se destile,

Teu sussurro, em meu âmago, ecoe, suave e sutil.

Teu toque, gravura em minha epiderme inscreve,

Como astros que o firmamento aclamam e descrevem.

Seja lá do que for que nossa alma se sintetize,

Teu coração, em meu peito, a aurora eternize.

Nosso amor, sinfonia de harmonia excelsa,

É concerto de vida, de agonia e de gala eterna.

Seja lá do que for que nossa alma se sussurre,

Nosso laço, imperecível, jamais se enfure.

E nesse elo de destinos imbricados,

Somos um, indivisíveis, eternamente enamorados.

Jaciara Almeida

AFINIDADES

Cada olhar teu, um reflexo do meu,

Um espelho de emoções secretas,

Onde nossas almas se reconhecem

No sussurro de uma canção antiga.

Somos o verso e a melodia,

A rima que o destino escreveu,

Nossas diferenças, harmonia perfeita,

Na sinfonia de um amor eterno.

Teus gestos completam os meus,

Como o sol e a lua, eternamente em órbita,

Desvendando segredos no abraço silencioso,

Onde o tempo se desfaz em puro sentir.

Em cada toque, uma revelação,

A certeza de que fomos moldados

Pelo mesmo artífice divino,

Feitos para nos encontrar, enfim.

Somos poesia em movimento,

Versos que se encaixam, palavra por palavra,

A fusão de corações entrelaçados,

Afinidades que transcendem o existir.

Um amor que se renova a cada amanhecer.

Jaciara Almeida

DESEJOS SILENTES

Sob a luz tênue da noite,

tocas-me a pele com desejos silentes,

e entre suspiros,

em segredo envolvente,

renascemos no prazer

de instantes eloquentes.

Em teus lábios,

fervorosa tentação, mergulho, perdendo-me em paixão,

no arrepio, silêncio e sedução,

sou teu delírio, doce perdição.

No murmúrio dos poros,

desejo latente,

passeio teu corpo,

em fremente clamor,

no enlace febril,

incandescente ardor,

sou chama viva,

em teu ser,

eternamente.

Jaciara Almeida

💜

Luas lilases lambem lençóis,

Lascivos lábios, luxúria lenta.

Luzes líquidas, laços lânguidos,

Lamentos leves, desejos límpidos.

Línguas lúdicas, corpos livres,

Lânguida noite, lilás nos olhos.

Luminescentes amantes, loucos sorrisos,

Lábios lacrados, murmúrios lascivos.

tautograma autoral de 

@jaciaralmeida_

RENOVAÇÃO DO AMOR

O amor se renova com a cadência das estações,

Nos olhares furtivos, nos beijos roubados,

Num gesto de mãos que se encontram,

É um brotar contínuo, um ciclo perene.

Nos instantes de silêncio compartilhado,

No riso que ressoa no peito,

Nas noites de lua que iluminam sorrisos,

E no despertar dos corpos em abraços tênues.

Renova-se no toque dos dedos entrelaçados,

Nas palavras sussurradas ao vento,

Nos sonhos construídos em parceria,

E na coragem de seguir em frente, sempre.

O amor se renova na rotina despretensiosa,

Na cumplicidade que cresce a cada dia,

No entendimento mútuo sem necessidade de explicações,

E no desejo que nunca se apaga.

É um renascer constante, uma chama perene,

Que aquece o coração e ilumina o caminho,

Uma dança de almas em harmonia,

Que transcende o tempo e se perpetua no infinito.

Jaciara Almeida

SAUDADE

O adeus emudeceu meus dias.

Nas manhãs outrora adornadas por tua doçura,

Figurinhas matinais, risos em fatias,

Ecoam agora na solidão pura.

Os encontros que antes eram ponte entre nós,

Beira-mar, onde sonhos fluíam sem pressa,

Água de coco, tua voz em tom atroz,

Dizendo que tudo era especial em minha companhia.

Nosso diálogo, um rio sem pedras ou desvios,

Esperava-se eterno, sem ruídos ou discórdias,

Mas o amor, em seus caprichos e desafios,

Revelou-se frágil, sussurrou suas memórias.

Eu, que pensei que não sentiria saudade,

Que a constância de teus gestos fosse lei,

Descobri na ausência a dura verdade,

Amei demais, esperei demais, sonhei.

Agora, sob a sombra da desilusão,

Resta-me a lição do efêmero encanto,

Pois em meu peito pulsa a intensa paixão,

De quem acreditou, mesmo em pranto.

Teu amor findou-se, mas não minha essência,

Que buscava a recíproca em vão,

Fica o aprendizado, a resiliência,

E a poesia, eco de um coração.

Jaciara Almeida

CHUVA DE PÚRPURA

Nas esquinas do destino,

onde o ar pesa com intenções não ditas,

os pensamentos suspensos no etéreo,

se tornam chuva de púrpura em nossa alma.

Cada gota, um desejo reprimido,

Os pingos são como confissões silenciosas,

lubrificando os membros enferrujados

da nossa própria existência.

Sob essa chuva, que cai sem aviso,

perdemos nossas inibições antigas,

nos encontrando na esquina dos encontros,

onde o passado se dissolve no presente.

Sentimos a liberdade do novo,

a ousadia que antes se escondia,

e entrelaçamos nossos corpos e sonhos,

molhados pela tempestade do que seremos.

Que venham mais chuvas de púrpura,

para que nunca nos esqueçamos,

de que as intenções, um dia, sempre caem,

trazendo o frescor de sermos livres novamente.

Jaciara Almeida

❤️

Amor absoluto, aliança atemporal,

Aventureiros ardentes, almejando a eternidade,

Almas alinhadas, afinidade antiga,

Afeto arraigado, amizade admirável.

Acompanhantes assíduos, além das adversidades,

Atravessando anos, acumulando anedotas,

Amando avidamente, apaixonados,

Amor avassalador, amor da vida inteira.

tautograma autoral

@jaciaralmeida_

ÁGUAS TRANSLÚCIDAS

Trilhas líquidas da alma, a dor reside em melodias silenciosas de lágrimas,

Gotas de um poema cifrado de desalento,

Escritos pelo coração em desencanto.

Rios de amargura que banham os alicerces da existência,

Levando consigo os resíduos do sofrimento,

Fluindo como um lamento sagrado, em torrentes salgadas,

Que deságuam nos abismos profundos do ser.

As lágrimas purificam a paisagem interna, lavando as cicatrizes invisíveis,

Revelando a essência pura e vulnerável da humanidade,

Em um ritual de purificação que transcende o entendimento.

Nas tramas dos sentimentos, a dor se dissolve nas correntes cristalinas do perdão,

Transformando-se em um oceano de aceitação,

Onde a própria tristeza se torna cura e redenção.

Nessas águas translúcidas somos navegadores de um mar interior e o fluxo das emoções traça um mapa da nossa jornada humana.

Jaciara Almeida

CORAÇÃO DESPERTO

Por que hesitas em chegar até mim?

Entre tantos arrodeios, há um olhar de admiração,

Um cuidado silente que revela tua afeição,

A inquietação de saber o que penso, o que sinto aqui.

Te vejo nervoso na minha presença, no entanto,

Não temas, pois desejo te dar o carinho merecido,

Apenas abre a porta do teu coração escondido,

Deixa-me entrar, fazer morada no teu encanto.

És um mistério que desvendo aos poucos, delicado,

Como a brisa que acaricia a tarde em seu suave toque,

Quero ser a calma que te abraça, o desejo que te provoque,

A espera é breve quando o coração já está desperto e apaixonado.

Há dores que se esgueiram silenciosas,

como sombras em um baile de máscaras.

O amor floresce, sedento de esperança,

envolto em um véu de sonhos e desvarios,

mas há de saber que não passa de mera consideração disfarçada.

A intensidade, também é fogo que arde sem se ver,

é chama que se aviva e consome,

pois na mesma seara onde florescem sorrisos, lágrimas brotam, salgadas e pungentes.

Oh, quimera de afeto,

nos braços da decepção te encontras,

e o riso, outrora melodioso, se esvai,

deixando um troço do traço de abandono.

Há beleza na dor, na verdade revelada,

pois do espinho nasce a rosa mais bela,

e na aridez do desengano, se ergue

a força silenciosa de quem ainda ama.

Entre sombras e luz, caminhamos

Na procura incessante de um amor sincero,

sabendo que cada lágrima derramada

é o prenúncio de um sorriso eterno.

Jaciara Almeida

Dize-me, quanto vale a mais rara joia?

Um rubi cintilante, um diamante fulgente?

Qual o preço de um carro, de um avião,

De uma mansão sobre as águas cristalinas das Maldivas?

Mas, e o valor do amor, do coração?

Do sentimento que pulsa em cada batida?

Quanto vale a entrega, o cuidado,

O afeto que te ofereci sem hesitar?

Na matemática dos dias,

É comum esquecer a essência,

Desvalorizam a presença,

Jogam ao vento as promessas.

Sou rubi, sou diamante,

Sou a joia rara que o tempo lapidou,

Sou o carinho em noites solitárias,

O abraço em silêncio, o olhar que protege.

Por que, então, não vêem meu valor?

Por que sou deixada ao acaso,

Esquecida nos cantos da vida,

Desvalorizada apesar de tanto doar-me?

Sou um tesouro de sentimentos,

Uma pérola de emoções,

E, mesmo que o mundo insista em não ver,

Minha essência brilha, resistente.

Eu sei do meu valor, imensurável,

E mesmo na sombra, continuo a irradiar.

Não permitirei que me diminuam,

Pois sou rara, sou preciosa, sou infinita.

Jaciara Almeida

As mensagens diminuíram, as declarações de amor cessaram,

Os versos ficaram mudos, tua voz sumiu,

E a atenção, que antes era minha, se foi.

Não sou mais tão importante assim

Ao ver-te partir aos poucos, um vazio se instalou.

Acordei no dia seguinte e apenas a tristeza me saudou.

Desde então, nunca mais amanheceu em meus olhos,

Nem meu coração conheceu o alvorecer.

Cada manhã, uma orfandade de esperança,

Cada dia, uma melancolia reiterada.

Como se o tempo fosse um carrasco cruel,

Negando-me o alívio de um novo início.

Sem tua presença, sou apenas sombra de memórias,

Eco de um amor perdido.

Jaciara Almeida

Superando sombrios suspiros, seguimos silenciosamente;

Sacrificando sonhos, solidificamos substância.

Sob sol sereno, sentimos segredos,

Sublimando sofrimentos, suavizamos sombras.

Surgem sorrisos, saboreamos sucessos,

Sempre soubemos: superação será sempre nossa saga.

Semana após semana, vida que segue!

Jaciara Almeida

Tautograma autoral

Amo-te, pois basta de silêncios, estes já mataram muitas histórias lindas de amor. Amo-te, não por interesse ou qualquer carência,

Amo-te pela forma como teu olhar me tocou muito antes de tuas mãos.

Amo-te, porque nossas almas são gemelares, gememos por um desejo que queima, somos a raridade do singelo amor.

Quero olhar em teus olhos e ver a luz dourada, a mesma que iluminou meu dia ao ouvir-te "eu te faço companhia."

Antes de amar-te, admiro-te!

Nós, que somos a poesia encarnada, o elo inquebrantável da mais fascinante paixão. Meu coração só cabe um, só cabe tu, só cabe nós.

Jaciara Almeida

SE TU QUERES, EU QUERO!

Nos olhos teus, encontro o meu ensejo.

Se tu queres, eu quero, com a mesma fervura.

No mesmo bem querer da doce melodia

Eterna "amorçura", doçura de amor, tua.

Os beijos suaves e segredos sussurrados na madrugada,

São promessas guardadas na alma enamorada.

Se tu queres, eu quero, no toque sutil, Desvendamos juntos o mistério febril.

Eu sou tua brisa morena, suave e serena,

E tu és meu sol em dias nublados, luz plena.

Na ternura do abraço que o tempo não apaga, indelével, sublime.

Se tu queres, eu quero, na chama que propaga, reverberando desejo.

Somos versos escritos nas linhas do destino, poetizo-te e tu me poetizas.

Dois corações pulsando no mesmo ritmo, na cadência de cada suspiro,

Se tu queres, eu quero, no nosso retiro. Eternizamos momentos, palavras e gestos, Somos nós dois, no amor descoberto, silencioso, calmo e manifesto.

Jaciara Almeida

SERÁ QUE O AMOR É UM JOGO DE AZAR?

Na roleta dos sentimentos, giro incerto,

Corações apostam em cartas veladas,

No fluir dos dados, sonho desperto,

Será que o amor é um jogo de cartas marcadas?

Nas mesas do acaso, olhares trocados,

Fichas lançadas em gestos sutis,

A sorte dança em passos marcados,

Será que o amor é um jogo febril?

No baralho das almas, trunfos guardados,

Desafios e blefes, promessas e ais,

Será que o amor é um lance arriscado,

Ou o prêmio da vida nos vendavais?

Entre as chances e as probabilidades,

No tabuleiro da vida, somos jogadores,

Será que o amor, em suas verdades,

É um jogo de azar ou o bilhete premiado?

Cada aposta feita com a alma exposta,

Em cada lance, a esperança se faz,

Será que o amor é um risco que se gosta,

Ou um caminho certo, mesmo na falta de paz?

Última rodada: a resposta é um mistério guardado,

No coração que joga, sem medo de errar,

Será que o amor é um jogo desafiado,

Ou o destino certo, ao se arriscar?

Jaciara Almeida

ÚLTIMO ENCONTRO

No último encontro, a tristeza cimentava o silêncio, uma mordaça sutil entre suspiros reticentes. Ela, estática, não se aninhou ao ombro cálido, não capturou a mão direita enquanto ele, com a esquerda, domava o volante.

Palavras fugidias cortavam o ar, trêmulas e despidas de sinceridade. Quando ele murmurou "estava com saudade de você", ela captou a nostalgia amarga, a recordação de um pesar inconsolável.

Na despedida, antes de abandonar o refúgio metálico, ela buscou o consolo de um beijo, mas ele entregou um selinho gélido, quase sem toque, sem vida.

Não se pôde sentir o perfume de sua essência,

Não se pôde tocar a suavidade de sua pele,

Não se pôde agarrar a saudade efêmera,

Que, como névoa, dissipou-se e já não existe mais.

Tímida e sem amor, ela seguiu o seu caminho,

Deixando para trás a sombra de um encontro desfeito,

Ecos de um afeto desbotado, onde a saudade se desvanecia,

Sutil, como um espectro ao amanhecer.

Jaciara Almeida

O BEIJO TEU

Quando teus lábios findam a saudade,

Nosso beijo de chegada é granito e eternidade,

Firmes como rochas que guardam o mar,

Uma colisão de estrelas, um renovar.

Teu toque gélido de quartzo em minhas mãos,

Sussurra segredos em cristais e vãos,

E em cada beijo, forjamos diamantes,

Reluzentes ecos de amores constantes.

E no calor de tua presença,

Meu corpo se rende, líquido, corrente,

Dissolvo-me em rios de paixão desmedida,

Cada beijo teu me torna fluida.

Na partida, somos gelo, derretendo em adeus,

Lágrimas de neve, cristalizando céus,

Um beijo de saudade, um vento ártico,

Despedida sólida, momento estático.

Mesmo no adeus, em glaciar formosura,

Teus lábios me deixam na alma, ternura,

Um beijo de partida, sólido como o tempo,

Escritos em pedra, nosso eterno momento.

Jaciara Almeida

ÁGUAS PROFUNDAS

Entre as ondas do mar, meu amor nasceu,

No âmago da palavra que nos uniu e desfez,

Amar foi navegar em águas profundas,

E sentir na pele as marés das nossas vidas.

Amor, afluente do mar,

Na etimologia de emoções vastas e intensas,

Suspiro de desejo, grito de saudade,

Tempestade e calmaria.

Mar, vastidão que espelha o nosso fim,

Término que trouxe a lágrima após o lamento,

Pois te amar valeu cada gota de suor,

Cada sorriso naufragado nas águas do tempo.

Amor e mar, fusão de essência bravia,

Onde o amar se fez verbo e destino,

E mesmo na despedida, o oceano lembra,

Que navegar em ti foi um sonho divino.

Poesia: Jaciara Almeida

Imagem: @hazolf

UM SIM

Um sim, aquele ínfimo suspiro de anuência,

Ergue-se, colossal, na existência,

Fio dourado que entrelaça almas, destinos,

Convocando auroras, desvelando destinos.

No pálido lusco-fusco da dúvida, resplandece,

Brasa viva que incendeia o universo das incertezas,

Desatando amarras, desafogando anseios,

Permissão sacrossanta aos mais ternos devaneios.

Quando os lábios, hesitantes, murmuram seu timbre,

Erguem pontes invisíveis sobre abismos de indiferença,

E no vórtice do tempo, forjam instantes eternos,

Onde corações, antes apartados, se tornam uno.

Um sim no âmago das escolhas, cristalino e decisivo,

Desvenda trilhas ocultas, infundindo sentido ao labirinto,

Transporta sonhos à realidade palpável, tangível,

E na alquimia do amor, transfigura o banal em sublime.

Ah, o poder de um sim nos confins do afeto,

Entalhe místico que sela promessas e esperanças,

Fagulha que perpetua o fogo da paixão,

Num abraço celestial, eterniza cada emoção.

Um sim é mais que afirmação, é decisão.

É o sagrado consentimento que transforma o destino,

Oráculo mudo de cumplicidade e entrega,

Que no sacrário do amor, inabalável, se reintegra.

Jaciara Almeida

SORRISO

Sub-riso-lime energia negativa

Embalado em alegria

Terna- mente neutra

Sublimis riso que eleva e contagia.

Lábios curvam, formam rima

No semblante, suave prima

Risos dançam, risos vêm

Transformando o triste em bem.

Sorriso que ao mundo espelha

Centelha de felicidade

De uma vida, bela trama

Nas risadas, voz que chama

En -canto lírico- sina

O encanto do caminho

Purificando o coração sozinho.

Só risos presentes

Luminus, sementes

Dão à luz

Uma vida resplandecente.

@jaciaralmeida_

TRIBUNAL DO AMOR

Nos autos do coração, firmo minha petição

Perante o tribunal do afeto, clamo por tua jurisdição

És meu demandado, réu confesso do meu amar

E eu, a ardorosa requerente, imploro por teu julgar.

Por meio desta súplica, em termos tão passionais,

Invoco o direito divino de amar-te, ó bem-querer,

Com fundamentos solidificados em um amor perpétuo,

Substanciado em cláusulas de um sentir imortal.

Nas preliminares do desejo, encontro tua presença

Testemunha ocular da paixão que em nós se consuma.

Invoco, em medida liminar, tua constante lembrança

E imploro pela tutela antecipada do teu olhar.

Em audiência solene, sob o júbilo dos anjos,

Teu beijo se torna sentença, irrevogável decreto.

E no dispositivo do toque, sela-se nossa união,

Consagrando em veredictos um amor sem interdição.

Diante do tribunal do amor, celebro nossa paixão,

Comprovando, sem contestação, a plenitude do sentir.

E, em decisão unânime, no foro do coração,

Declaro-te, para sempre, minha razão de existir.

Jaciara Almeida

Luar de Louvação: Lira à Linhagem

Lua luminosa, linda,

Luz, lenda, lua-lua,

Lábios, louvor, liberdade,

Legado, linhagem, lua.

Luzente, lúdica, lida,

Lembrança, lira, linda,

Linfa, lavra, luta,

Luar, lamento, lança.

Lindíssima, lua, lâmina,

Luminosidade, lua, laço,

Lutadora, lua, lótus,

Lua, lira, luzeiro.

Longeva, lenda, lua,

Linhas, letras, linhagem,

Lua, lua, liberdade,

Legado, lua, lira.

Jaciara Almeida

ALMAS FEBRIS

Nos rincões do nosso leito, onde a penumbra acaricia

A pele desnuda e os anseios se tornam palpáveis,

Entre suspiros entrecortados e murmúrios de prazer,

Nossos corpos se encontram em uma dança antiga e primitiva.

O toque incandescente acende brasas em minha carne,

A cada carícia, um rastro de fogo, um grito silente de desejo.

No ímpeto de nossas almas febris, despimo-nos das inibições,

Numa entrega visceral, onde o tempo se dissolve em êxtase.

Teus lábios, melífluos, percorrem meu ser como bálsamo,

Despertando em mim sensações há muito adormecidas.

Teu hálito quente, murmúrio de promessas lascivas,

Envolvendo-me em um transe onde só tu existes.

Os lençóis testemunham nossa sede insaciável,

Na fúria dos beijos, nos abraços que se tornam grilhões,

Suspiro arfante, sinfonia do nosso desejo,

Orquestrando o caos de uma paixão voraz e arrebatadora.

Nosso encontro é furacão, terremoto de emoção,

Onde os sentidos se sobrepõem à razão, devorando-nos.

Gemidos são fragmentos da eternidade.

Em êxtase, a confirmação do nosso enlace atemporal.

Ardor que consume, sem jamais se apagar,

Labaredas no infinito da noite,

Corpos, sedentos e entregues,

Navegantes nos mares profundos do prazer.

Jaciara Almeida

Instagram: 

@jaciaralmeida_

Spotify: Voz E Versos

NASCE UM NOVO DIA

Nasce um dia novo, sem o alvorecer das saudações,

Sem registros dos raios dourados, das folhas murmurantes,

Dos monumentos imponentes, sem a melodia,

Sem a fita cassete com canções escolhidas,

Exclusivas para ela, no compasso de uma lembrança querida.

Despertou-se um dia inédito, ela buscou a notificação,

Ouviu o silêncio do grito abafado, sufocado,

Chamando seu nome em ecos de solidão.

Primeiro dia, sem a manifestação do afeto caloroso.

Mas, será que é verdadeiramente sem?

O afeto existe, em cada partícula do ar,

Ele reverbera, sua essência atravessa mares,

Continentes distantes, em um voo sutil,

Fazendo piruetas em um aviãozinho de papel,

Que desliza até as mãos dela.

Ela abre, os olhos marejados de emoção,

E lê o que está escrito:

"Você nunca estará sozinha."

MAR DE QUIMERAS

Eis o mar de quimeras,

onde o amor se tece em ondas efêmeras

suspiros da alma e marés traiçoeiras.

Não irei embarcar

tenho medo de naufragar as ilusões que o horizonte pinta promessas que o vento ao longe sussurra.

As ondas, quais amantes infiéis seduzem com cânticos doces e sutis mas escondem nos seus seios o fel de 

um abismo de tormentos gris prefiro vagar sem o rumo certo na imensidão azul do acaso 

Livre sem o peso do amor incerto que traz nos braços o sonho raso

Deixo que o vento me leve ao sabor sem ancorar em porto falso, vago melhor assim sem sofrer de amor 

Do que afogar-me no efêmero afago  

Sou navegante de estrelas e auroras 

Sem âncora, sem medo, a sonhar 

Na liberdade que o infinito aflora prefiro me perder do que naufragar 

Que as águas se acalmem, então, 

Para que eu possa partir em busca de nós

MELANCOLIA

No peito, um coração dilacerado e abatido,

Coagulado em sangue de dor,

Batidas lentas de um lamento silenciado,

Decepção descolorida, abandono glacial.

Cruel açoite que imprime marcas invisíveis,

Secciona laços que a esperança entrelaça na noite,

Transformando sonhos em chagas terríveis.

Nos olhos, a sombra do desalento funesto,

Nas veias, a solidão pulsante e perene,

A alma, um labirinto de tormento indigesto,

Onde a alegria é mera figurante e ausente.

Resta um vazio, um abismo sem termo, melancolia,

A lembrar dos dias idos, da glória imemorável,

Quando o amor era um jardim eterno,

E a felicidade florescia, infalível e adorável.

Jaciara Almeida

Instagram: 

@jaciaralmeida_

Spotify: Voz E Versos

Dormem doces desejos,

Dentro de doces ensejos.

Dançam devaneios, divinos,

Dormem doces desejos.

Boa noite! ✨️🌕

LABIRINTO DO AMOR

I.

Ah, o amor!

Labirinto de corações errantes e almas sinceras

É na busca incessante que reside a essência do encontro,

E no errar, talvez, a descoberta do que é próprio e autêntico.

Existe acaso a pessoa certa, ou é a errância que nos define?

Num mar de incertezas, navegamos com bússolas quebradas

E nas rotas tortuosas desenhamos os mapas de nós mesmos.

Ora, o acaso brinca de maestro regendo sinfonias inesperadas

Onde o erro não é falha, mas a nota que faz doer a melodia.

II.

Ah, se o coração tivesse a ciência das exatas,

Quantas dores e delícias nos seriam poupadas!

Mas é no risco, na aposta do imprevisível,

Que o amor se faz inteiro, livre e indivisível.

No balanço tênue entre o erro e o acerto,

Há um campo fértil de encontros e despedidas,

Onde cada desvio é um passo certo rumo ao destino,

E cada perda, um ganho de alma vivida.

III.

Na incerteza, se oculta a beleza do destino,

Como o dia que se esconde no ventre da noite,

E a luz que desponta tímida após a tempestade.

É no não saber que se sabe o valor do caminho.

Que sejam nossos passos guiados pela dúvida,

Que nos leva a lugares onde a certeza jamais ousaria,

Pois é no errar que se encontra a verdade mais pura,

E na errância, o traçado do amor que se quer eterno.

IV.

Ah, o amor!

Labirinto de corações errantes e almas sinceras,

Que seja a errância a nossa bússola, a incerteza nossa guia,

Pois até na dúvida se desenha o riso da vida,

E no engano, a beleza sublime do destino que nos convida.

Jaciara Almeida

Instagram: 

@jaciaralmeida_

Spotify: Voz E Versos

MENINA-MULHER

Quarenta e sete invernos e verões já colorem meu existir,

O tempo, sábio escultor, forjou-me em erros e acertos,

Vivo intensamente, errando às vezes, mas acertando na essência,

Pois o certo e o errado são meros espectros do sentir.

Sou mulher, sim, porém há uma menina que em mim habita,

Ingênua, vê o mundo com olhos puros, alheia à vilania.

Conheço meus passos, firmes nas verdades que abraço,

E em minhas intensidades, vivo o presente com ousadia.

Minha alma é um jardim secreto, onde floresce a beleza,

Sou lindamente esculpida, por dentro e por fora, em harmonia.

As dores e frustrações, qual tempestades passageiras,

Fortalecem-me, e no renascimento, meu brilho irradia.

Sigo, navegante dos mares da vida, sem temores,

De peito aberto às emoções, colhendo flores e espinhos,

Pois cada cicatriz é testemunha de minha coragem,

Em minha força, encontro a luz que eternamente trago em mim.

Eu sou Jaciara Almeida, advogada e poetisa maranhense.

Sou autora das poesias que publico nesse espaço virtual.

Tenho um canal de declamações no Spotify " Voz E Versos"

Agradeço sua companhia e espero que aprecie minhas poesias.

NÃO ME DEIXE CAIR

Não me deixe cair, por favor,

Quando minha alma, à sombra, se apequena,

Ofuscada, sem brilho, sem calor,

Perdida na ausência, na dor serena.

Quando teus olhos buscam outros céus,

E eu me perco no vazio, sem guarida,

Meu coração se encolhe, frágil véu,

Esperando, em silêncio, a despedida.

Teu amor desvia, mira distante,

Enquanto eu, aqui, clamo em segredo,

Por um olhar que seja reconfortante,

Que me encontre no escuro, sem medo.

"Don't let me down", na sombra fria,

Nos abismos de um amor sem retorno,

Que teu amor, mesmo em melancolia,

Seja meu farol, meu porto, meu entorno.

Jaciara Almeida

Instagram: 

@jaciaralmeida_

Spotify: Voz E Versos

ALMAS EM PLENITUDE

Vaguei errante, por trilhas de angústias e desilusões tardias,

Cada aurora trazia promessas vacilantes,

E as noites eram tecidas de sombras sombrias.

Naveguei mares de tristeza, enfrentando tempestades,

Com o peito alquebrado e o espírito cansado,

A vida, implacável, me lançava suas vaidades,

E eu, absorta, buscava um porto anelado.

Eis que ao entardecer contemplo a esperança,

Surges como aurora em minha alma deserta,

O encontro de nossas almas, uma dança,

De amores livres, em plenitude, desperta.

Oh, quão libertador é nosso amor sublime,

Que rompeu as correntes do passado amargo,

Nossas essências entrelaçam-se em rima,

Em versos eternos, nosso destino é um só fado.

Poesia Protegida por direitos autorais

DOIS CORAÇÕES

Um destino inelutável, dois corações, em silêncio, ecoam saudade.

Um amor inalcançável, vivem almas perdidas em eterna gravidade.

Ó, quão doce é a lembrança do efêmero encontro, que ainda não existiu

Instantes roubados à clepsidra implacável.

No etéreo laço de um abraço inacabado,

Perdura a promessa de um amor inabalável.

Palavras não ditas, versos não entoados,

Envoltos em suspiros de melancolia.