E-REVISTA
JU NAIANE
Poesia
É a beleza do dia a dia
Poeta
É quem escreve na entrelinhas
Em cada verso
Um universo
Que toca
Corações diversos.
Feliz dia do poeta, vocês tornam minha vida mais bonita 🌹🥰
Saio pelas ruas, perdida
Quase embriagada, perdida
Absorta em pensamentos vagos
A procurar o sentido, ou de algo
Que me faça sentir viva
Ou alguém que me traga de volta
Para a realidade, não sei.
O que falta em mim?
Será o que está em ti?
O que será existir?
Será que é estar aqui?
Por um segundo pensei
Que poderia viver e ser plena
Se amasse verdadeiramente
Talvez eu seja pequena
Para alguém que tanto sente.
Me diga se minha alma mente
E me mantém longe da gente
Eu e você podemos ser nós?
Ou seguiremos o caminho sós?
Dois estranhos que se conhecem demais
É estranho, mas, tanto faz
Se a escolha foi a certa, eu sei
Que ainda ficaremos em paz
Adeus, e até nunca mais!
Eu ainda estou aqui
Perdida entre começos e fins
Entre chegar e partir
Entre o não e o sim.
O que você espera de mim?
Sou apenas uma folha
Seguindo a direção do vento
Já não choro e nem lamento
Só me deixe seguir
Em frente.
Eu ainda estou aqui
Perdida entre começos e fins
Entre chegar e partir
Entre o não e o sim.
O que você espera de mim?
Sou apenas uma folha
Seguindo a direção do vento
Já não choro e nem lamento
Só me deixe seguir
Em frente.
A vida é feita de possibilidades
E entre acertos e falhas
O importante é se sentir parte
De algo maior que si mesmo
Não ficar sozinho a esmo
Perdido entre lá e cá
Prefiro ter sempre onde
Minha cabeça repousar
Sobre teu peito me deito
Minha paz em forma de gente
É você o meu lugar
Te quero de hoje
Até sempre.
Meu amor,
Eu não imaginava
Que precisava
Te ter aqui comigo
De segunda até domingo
Quero poder estar contigo
Todas as horas possíveis.
As vezes o céu fica cinza
E as palavras não se conectam
Como eu gostaria
São dias em que eu me retraio
E que tudo me distrai
Perco o foco, e me perco
Dentro de mim mesmo
Imerso em pensamentos confusos
Nada faz sentido aqui dentro
Desculpe a bagunça
Estamos em transtornos.
Seu amor é ardor
Que meu peito inflama
É a chama que me consome
É a voz que na noite
Sussurra aos ouvidos
Me toca, desperta
Arranca suspiros
Me toma, vocifera
Grita e goza.
Vou escrever-te
versos apaixonados
Para atrair-te emocionado
Até te ter aqui a sós
Perdido em meus lençóis
Até que o "eu" se torne "nós".
Inspirada na
Entre as sombras
se faz presente
É a Luz da vela
Chama crescente
Intuitiva, ela pressente
E não tolera
O amor que mente
É corajosa,
Segue em frente
Um dia após o outro
Mulher valente!
Amor, por favor, não repare
Se eu me fizer ausente
As vezes o coração sente
E se sobrecarrega de repente
Mas peço que pare e veja
Olhe ao redor e me perceba
Sou a flor que cresceu na calçada
Sou a fera ferida acuada
O céu que acolhe o entardecer
Estou além do que se pode ver
Nos detalhes me faço presente
É preciso olhar atentamente
As palavras são o meu abrigo
Há nelas muito mais do que digo.
Não sou poeta
Sou poesia
Apenas sinto
Em demasia
Apaixonada por literatura
Desde criança
Ela sempre me deu esperança
Não faço questão de ser lida
Tão pouco reconhecida
Busco apenas
Por mim mesma
Ser compreendida.
Não espero que a vida seja mais
Espero apenas um pouco de paz
Quero momentos bons desfrutar,
Apenas poder aproveitar
Com os que escolheram me amar.
Não quero mais me preocupar
Se alimento está a faltar
E se a criança irá chorar
Quando o seu leite acabar
Mas não posso me lamentar
"O sol nasce pra todos" eles dizem
Na corrida da sobrevivência
Os espertos são os que vencem
"Deus ajuda quem cedo madruga"
"Cala a boca e vai trabalhar"
Devagar eu vou seguindo
Esperando que a vida
seja mais que isso.
Meus passos lentos e pesados
São reflexo de um corpo cansado
Dia após dia sendo explorado
Pelo sistema condicionado
A correr atrás do pão
É proibido reclamação.
As pessoas não querem saber
Preferem fingir viver
Preferem fingir ter,
Aparência é o que conta
A vida é uma piada pronta
Daquelas que não tem graça.
Não consigo enxergar o amanhã,
Tenho medo.
Está tudo encoberto
Por uma nuvem
De densa poeira
O sol, a lua
O céu e eu.
24/09/2024
Inevitável
Eu
Você
E a queda
O declínio
Rumo ao
abismo
Do fim.
Eu
Você
O desastre
Tragédia anunciada
Em que se ignora
o alarme.
Primavera dos sonhos em flor
Traz de volta o amor
Que o frio inverno roubou
Vem e aquece o coração
Que jaz aqui na solidão
Eu quero sentir outra vez
Que a vida pode ser feliz
Esquecer tudo aquilo que fiz
Esquecer onde foi que caí
Me erguer e voltar a andar
Ser livre e quem sabe voar
Me perder até me encontrar
No azul do céu
Esperança(r)
🌷🌼🦋🩵
Eu queria
Só por um dia
Não cair nas armadilhas da vida
Feito fera acuada e ferida
Que sangra, agoniza e grita
Enquanto comemoram o seu abate.
Não existe dia da caça.
As vezes rio
As vezes mar
As vezes represa
Água contida
No meu peito
A transbordar
Se me abro
A correnteza
Vai arrastando
Tudo pelo caminho
Toda tristeza
Vai levando
Lágrimas
A minha alma
Lavando
A dor que
Há em mim
Deságua
No oceano
Enfim
Calmaria.
Vem chegando de mansinho
Me abraça despretensiosamente
Coração acelera sentindo
Sua respiração quente
Pele eriçada, arrepio
Percorrendo minha pele
Minha mente
em delírio
Implora
“Desce mais um pouquinho”
Sexxxtou de leve
(Quem sabe até mais tarde o jogo vire 😏)
Árido e seco inverno
O ar que falta
A vista embaça
As nuvens são de fumaça
Natureza clama
incendiada
Ardendo em chamas
sufocada.
Se poesia fosse remédio
Usaria para matar meu tédio
Cura pras dores da alma
Minha ansiedade acalma
Um bálsamo para as feridas
De um coração que muito sente
É meu vício, sou dependente.
Onde a vida me levar
Quero sempre poder contemplar
A beleza que há no caminho
Existe vida também nos espinhos
Entre as sombras do meu destino
Entre tudo o que eu posso ser.
Existem jardins em meu peito
Onde nascem e morrem amores
Se entrelaçam à raiz das flores
Como ervas daninhas.
Algumas arranco
Outras são profundas demais
Deixo que o tempo se encarregue
No jardim da saudade
A visita é breve.
Da minha janela observo
Uma pequena flor delicada
Pisoteada pela vida a murchar
Abandonada no sol a secar
No calor de uma dura calçada
Em um dia seco e árido.
Não há esperança para aquela flor
A vida é dura e os dias difíceis
Mas ela luta e ainda resiste
Com as suas fracas raízes
Ao relento apesar da dor.
Consigo ouvir daqui seu lamento
Por não nascer naquele jardim
Entre as rosas e o lindo Jasmim
Onde a grama é sempre mais verde
Onde as flores estão bem plantadas
E com todo amor são cuidadas
Pelo jardineiro sempre regadas.
Ah, que sorte tem aquelas flores
As brancas, vermelhas, amarelas
A exibir seu perfume e suas cores
Nasceram só para ser belas
Tão bem sucedidas elas
Como não iria se comparar?
Enquanto a florzinha seca
Implora ao vento que leve
Suas pequenas sementes
Que ao jardineiro as entregue
Que seu destino seja diferente
Merecem viver plenamente.
Mas não se engana a florzinha
Chegando a uma conclusão:
Nesta selva de concreto fria
os jardins são uma exceção
Pequenas flores ainda morrem
E muitas ainda secarão.
O mundo não tem mais tempo,
Ela não se ilude afinal
Estão todos sempre correndo
Escravos da sobrevivência
Seu senhor é o capital.
Jusley Naiane
Eu escolhi
transbordar
Me transformar
Em tudo
aquilo
que eu
posso
ser.
Estou cansada
De me sentir
assim
Vazia
Perdida
Cansada
Contida
Cativa
Do meu
próprio
sentir.
Vou deixar
desaguar
No oceano
Das palavras
As coisas
Que tenho
guardadas
Levar
embora
Meu
pesar.
Hoje
serei
liberdade
Quero
Dançar
cantar
Amar, rir
De verdade
Pois sei que
Em um dia
qualquer
Sem aviso
prévio
Ou alarde
No silêncio
da inexistência
Serei
apenas
saudade.
poesia Jusley Naiane
Eu ainda prefiro encontrar beleza
Me encantar com a natureza
Contemplar um céu todo dia
Torna a vida menos vazia
E um pouco menos patética.
Prefiro me perder no que é real
Mesmo que por poucos minutos
Sair da bolha digital
Silenciar um pouco o mundo.
Quero absorver esta vibração
Que aquece o coração
Em um pôr do sol de Agosto.
Entarde(ser)
Quem dera ser
Assim como o entardecer
Transformar o final
De um dia carregado
Em um belo espetáculo,
Abrir as cortinas para a noite
Enfeitar tudo de estrelas
Dançar a valsa dos sonhos.