Ela nunca pertenceu a nada,
Nunca era lembrada...
E seguia... isolada...
Se via como impostora,
Nem de sua própria vida,
Ela se sentia autora.
Sua vida
Parecia um engano.
Vivia deprimida,
Coberta por um pano.
Seu sonho era, enfim, se encontrar,
Achar um motivo para amar a vida,
E pessoas para chamar de lar...
Eu me perdi de mim
tentando te encontrar,
mas me reencontrei
quando parei de te procurar.
Percebi que o amor não é busca,
é encontro!
Entre desencontro e desencontro,
surge um encontrar em algum ponto.
E nos caminhos tortos da vida,
entre estradas bifurcadas,
a gente se encontra
em alguma dessas paradas.
poesia
Quando a porta bateu,
O coração dela parou de bater...
Seu corpo congelou-se, parou de aquecer.
Quando a porta bateu... ela se perdeu.
Do outro lado da porta, estava seu mundo,
Que fez as malas e partiu,
Deixando com ela, um sentimento profundo,
E ele... apenas fechou a porta e seguiu.
Se o seu mundo foi embora,
O que lhe resta, agora?
Como ela pôde ser tão inocente?
Depositou toda sua felicidade,
Em alguém capaz de partir de repente.
Me entreguei aos ventos,
Hoje caminho em passos lentos,
Pois não cuidei de mim
E desisti de começos por medo do fim.
Ainda esperei que o vento me devolvesse,
Assim, magicamente,
Como quem age inconsciente,
Sem que eu me envolvesse.
Mas o vento leva e nem sempre traz.
Ai de quem não for atrás!
Ai de quem procrastina a vida,
E confunde isso com paz!
Resolvi enterrar tudo!
Todas as memórias que ainda fazem doer,
De momentos que não vou mais viver,
Cada "não" dolorido,
Toda vez que meu coração foi partido...
Resolvi enterrar!
Já havia me despedido fisicamente,
Mas ainda estavam presos na minha mente,
Nas fotografias que nunca apaguei,
Em cada poesia que eu dediquei...
Mas a partir de hoje, as enterrarei!
Deixa partirem da minha memória,
Virarem apenas história.
Deixa serem felizes!
Enquanto também busco minhas diretrizes.
Desculpa pela decepção!
Não sei se ficará triste ou contente,
Mas sou muito diferente
Do que transmito na primeira impressão.
Terá que me ler mais de uma vez
Para conseguir me entender.
Da minha alma você verá a nudez,
Quando estiver disposto a me conhecer.
São muitas camadas,
Muitas ramificações,
Muitas estradas
E muitas ligações.
Primeiro, você verá minha aparência,
Em seguida, te mostrarei minha essência,
Depois, minhas bagagens,
Despindo-me de todas as miragens.
E depois de estar completamente despida
Das vestes que enfeitam a vida,
Se mesmo assim, você quiser ficar...
Saberei que posso me dar a chance de te gostar.
E se você se afastar,
eu não vou te incomodar.
Não por não sentir saudade,
mas por te dar liberdade,
e porque SÓ QUERO
QUEM QUEIRA FICAR.
Ela só queria brilhar do seu jeito,
desajeitado e imperfeito,
sem gritar,
com licença para ser diferente
e poder se amar.
poesia
Ela escrevia poesia
sobre tudo o que sentia.
Às vezes falava de amor,
às vezes falava de dor.
Seu sentir que era tão intenso,
de seu coração que era imenso,
precisava transbordar,
para, em seus sentimentos, não se afogar.
Em uma era de sentimentos extintos,
de corações partidos e corpos famintos,
ela exalava emoção.
O bom é que sempre foi de verdade,
o ruim é que em corações intensos,
sempre mora alguma saudade.
- Intensamente
Toda vez que alguém partia,
levava um pedaço dela...
Até lhe restarem apenas
alguns cacos.
Sua meta é juntá-los,
restaurá-los,
até ser inteira outra vez.
Gosto de quem você é agora
Mas sinto falta de como se sentia outrora
Antes de todas as feridas
E todas as partidas
Saudade de quando você sonhava
De quando você amava
Quando acreditava em romance
E tinha tudo ao seu alcance
Hoje seu coração é imenso
Sua gratidão floresce
Seu sentir sempre foi intenso
Dentro de você, tudo cresce
Mas as dores te cortaram as asas
As portas fechadas congelaram suas brasas
E hoje só lhe resta a esperança
Da vida não ser apenas uma lembrança.
- Para mim
poesia
VOCÊ foi
a MÚSICA
que eu gostei de cantar,
a POESIA
que eu gostei de ler,
o SONHO
que eu gostei de sonhar,
e a MEMÓRIA
mais difícil de esquecer.
poesia
A gente nasce vulnerável,
Reprimidas desde cedo,
Crescemos com medo,
Em uma realidade deplorável.
O mundo é deles, não é nosso,
Nunca foi nosso...
Um dia resolvemos nos levantar
Não mais nos calar...
Mas sempre calam a nossa voz.
Quase sempre, somos a maioria,
Mas sempre nos veem como minoria,
E seguimos sós...
Porque o mundo é deles, não é nosso.
Em tudo somos julgadas,
Até quando somos vítimas,
Estamos erradas.
Amam nossos corpos em seus leitos,
Mas nos odeiam.
Suas vozes mais altas nos rodeiam,
Invalidando nossos direitos,
E o direito de ter direito,
Em um mundo injusto e imperfeito.
A emoção briga com a razão
E perdermos a consciência.
Enxergamos amor onde não há,
Qualquer migalha vira banquete.
Tememos que esse pouco se vá,
E permitimos que nosso coração vire tapete.
Do amor e de nós mesmas, a ausência,
Então, nos vestimos de carência,
E nos entregamos à dependência.
Fruto da insegurança,
De quando pintaram nossos espelhos
Para nos enxergarmos sempre pior,
Ensurdecidas para os bons conselhos,
Sem acreditar que merecemos o melhor.
poesia reflexiva
Queria não ter, no adeus, tanto desconforto,
aprender a lidar com finais,
entender que às vezes seremos porto,
e às vezes seremos cais.
Ele a queria,
Mas dela, não gostava,
Porque ele ria e sorria,
Enquanto ela chorava.
Ele a desejava,
Mas não gostava dela.
Sempre a criticava,
Sem nenhuma cautela.
Ele a achava bonita,
Mas não a apreciava por completo.
A ofendia a cada palavra dita,
A via apenas como um objeto.
As conversas eram desagradáveis,
As interações não eram saudáveis...
Ela só queria, do amor, uma parcela...
E ele... a queria, mas não gostava dela.
*Não é um poema fofo*
A dor faz parte.
Quando ela surgir,
faça ela virar arte,
até ela sumir.
Quero sair desse casulo,
Desse muro de medo que eu construí.
A vida tem passado como um pulo,
Mas em nenhum desses dias, eu vivi.
O medo cortou minhas asas,
Congelou minhas pernas e pés.
Não há mais chamas nem brasas
E minha vida está ao revés.
Era um monstro pequeno,
Eu o alimentei diariamente.
Ele cresceu rapidamente
E me infectou como veneno.
Minha maior saudade
É de viver sem tanto medo,
Escrever meu próprio enredo
E me sentir viva de verdade.
- O medo
Marionete
Um dia me disseram
que poesia era brega...
Então parei de escrever.
Um dia me disseram
que eu lia demais...
Então parei de ler.
Um dia alguém me disse
que eu falava demais...
Então parei de falar.
Um dia alguém me disse
que eu sonhava demais...
Então parei de sonhar.
Um dia alguém veio à mim, dizer
que eu me expunha em excesso...
Então comecei a me esconder.
Um dia alguém expôs,
de mim, cada defeito...
Eu acreditei e chorei.
Então percebi
que estava dando muito direito
para outro alguém
que também é imperfeito,
e enfim, acordei.
- P.S.
Eu te vejo,
quando em um ensejo,
você se mostra
mais que apenas uma amostra.
Eu te enxergo,
sem um olhar cego,
posso ver as entrelinhas,
mais do que adivinhas.
Posso te observar
e ver um pouco além
do que você quer mostrar.
Pode parecer clichê,
mas enquanto alguns apenas te olham...
Eu vejo você.
Soneto - "Eu vejo você"
Eu amo com todo o coração,
mas quando acaba a admiração,
acaba-se tudo,
esvai-se a paixão.
Me apaixono de verdade,
sem máscaras,
doo minha intensidade.
Às claras, me exponho.
Enquanto existir,
será um sonho.
Mas se me magoar,
não hesitarei em me esquivar.
Porque eu te amei,
mas antes de tudo, preciso me amar.
Se te faz sofrer,
se afaste,
antes que o doer
se alastre
e transforme tudo
em desastre.
Eu me escolho
sempre que me recolho
ao dizer que te gosto de verdade
e você diz olhando no meu olho,
que não há reciprocidade.
E se?
Se você pudesse,
se aquela pessoa soubesse,
se ela quisesse,
o que você faria?
Se a resposta fosse sim,
se a dúvida tivesse fim,
se não fosse tão difícil assim,
o que você perguntaria?
Se em você ela pensasse,
se de você ela lembrasse
toda vez que acordasse,
dela você ainda lembraria?
E se ela te quisesse também,
se não quisesse mais ninguém,
se essa paixão pudesse ir além,
você ainda a desejaria?
Qual é o remédio
para a saudade, o vazio e o tédio?
O que pode curar
a vontade desenfreada de abraçar?
Como esquecer
que o coração quer se aquecer?
Como negar
que queria em um colo me aconchegar?
Como mentir
dizendo que não quero mais sentir?
Como parar
de querer alguém para amar?
Como ser um
se às vezes queria ser dois?
Ainda não sei as respostas...
Quem sabe as encontre depois?!
Quando o sentimento acaba
Depois que o encanto acaba,
você enxerga melhor.
A atração desaba,
tudo clareia ao seu redor.
A paixão que te sufocou,
virou lembrança,
com pouca esperança,
se findou.
A chama foi apagada,
e a sensação é de liberdade.
Se sentirá aliviada,
se não fora bom de verdade.
Doía e parou de doer,
fervia e parou de aquecer,
sempre reacendia,
e parou de reacender.
O tal do "tudo passa"
não é mito, é real,
a paixão vira fumaça,
e a paz retorna no final.
Sentimento que vira verso
A vida vira um poema,
quando os sentimentos
entram em cena.
Tudo vira poesia
quando os sentidos
querem harmônia.
No teclado de um computador
materializa-se a dor,
a paixão e o amor.
De rima em rima,
de verso em verso,
nenhum sentimento
ficará submerso.
Nada mais sexy
do que mostrar a nudez da alma,
mostrar seu "eu" sem medo,
despir-se das máscaras com calma,
e livrar-se de qualquer arremedo.
Mais do que mera atração,
é quando a mente entra em ação,
e em ritmo de sedução,
seduz por pura conexão.
É pura sensualidade,
quando, sem maquiagem,
nos mostramos de verdade.
Esperança ☘️
De peito vazio,
aqui dentro faz frio...
Algumas lágrimas escorrem
e percorrem como um rio.
Normalmente é triste,
mas às vezes sinto paz.
Há uma esperança que persiste,
a crença de que mereço mais.
Há dias em que perco a fé,
há dias em que busco sorrisos,
há dias em que me ponho de pé.
Há tantos motivos para desistir,
mas me parece mais promissor
se reinventar e ressurgir.
Síndrome do Impostor
Há dias em que a nossa autoestima
é simplesmente inexistente.
Todo mundo é mais bonito,
mais interessante e mais atraente.
Entramos em um mar de comparação,
e nos perdemos na fantasia
de que lá fora há perfeição.
A síndrome do impostor entra em cena...
Você para de acreditar em você mesmo,
e olha para si com pena.
Entre deméritos, autossabotagem,
e a falsa percepção de incapacidade...
Nada disso é verdade!
Tudo não passa de miragem.
Bloqueio
Já fui poesia
para quem não soube me ler.
Já fui taxada de fria
por quem não soube me aquecer.
Já fui ombro amigo
para quem não era de verdade.
Enquanto eu o oferecia abrigo,
presenteou-me com deslealdade.
Já fui transparência
para quem era a omissão.
Me entreguei de peito aberto
e partiram meu coração.
Hoje em mim há um bloqueio,
marcado pelo receio.
Escondida atrás de um escudo,
dificilmente me iludo.
Carma
Quando eu choro por algo que perdi,
choro por tudo que já perdi na vida.
Sofro por tudo o que já sofri,
choro por cada ferida.
Penso que mereço,
que é tudo carma,
que estou pagando um preço.
Então meu coração se desarma.
Estou dando à vítima culpa?
Vítima de uma vida injusta,
me escondendo em uma desculpa,
fugindo de uma realidade que assusta.
Talvez nem tudo seja sinal,
e deva deixar de lado a superstição,
ser mais resiliente e racional,
e levantar sempre que me vir no chão.
Deixem os emocionados!
Quero a licença para sermos bregas,
sermos românticos,
sermos piegas.
Deixem os emocionados se expressarem!
E daí que a frieza está na moda?
E daí que o romantismo incomoda?
Deixem as pessoas se amarem!
Deixem quem quiser sentir, sentir,
quem quiser expressar, expressar,
quem quiser quebrar a cara, quebrar...
E quem sente, para que mentir?
Não é proibido amar.
Atração por conexão
A superficialidade não me atrai.
Em conversas rasas,
meu interesse se esvai.
A profundidade me apetece,
em bons diálogos,
meu coração se enriquece.
Gosto de quem admira a beleza,
que romantiza a vida,
mas não esconde a tristeza.
Me atraio por conexões reais,
acho a mente sexy,
não me rendo à atrações banais.
Quero sentir a alma,
antes de tocar a pele,
conhecer-te com calma,
e deixar que o sentimento se revele.
Que falta faz um afeto!
Ter alguém que, quando tudo desaba,
está sempre por perto.
Que falta fazem os abraços!
Ter alguém que nos ajude a nos recompor,
quando estamos em pedaços.
Que falta faz o amor!
Ter alguém que nos conheça de verdade,
e só enxergue o nosso valor.
Que falta faz amar!
Ter alguém para compartilhar a vida,
para ser cuidado e cuidar.
Engana os que dizem se bastarem sós.
Bom é se enlaçar em um laço,
até formarem "nós".
Se eu sumir, é por não querer incomodar,
porque a tristeza falou mais alto
e não quero atrapalhar.
Às vezes o meu teto desaba,
o sorriso foge
e a felicidade acaba.
Os gatilhos são as lembranças,
saudades do que já teve fim,
e a falta de esperanças,
de que ainda há algo bom para mim.
Mesmo em um dia bonito,
dentro de mim fica nublado.
Escorrem as lágrimas pelo que já é finito,
e sigo com o peito alagado.
Sem pressa
O amor é sem pressa,
sem medo dele fugir.
Ele não o atravessa,
é só deixar o sentimento surgir.
Quando é para ser,
ele vem e não vai.
Nada o tira de você,
é um sentimento que não sai.
No amor que valha a pena,
há reciprocidade.
Ninguém se apequena,
é lindo e mútuo de verdade.
Tenha pressa em demonstrar,
em não se esquivar,
mas dê um passo de cada vez,
o que é para ser, não irá escapar.
Encasulada
É loucura viver com medo,
viver escondida,
sonhar em segredo,
e da janela ver a vida.
Presa em um casulo,
se esquivando de tudo no escuro,
sempre atrás de um muro,
sem perceber que a vida é um pulo.
Em uma zona de conforto desconfortável,
segura na própria insegurança,
duvidando do indubitável,
esperando a esperança.
A vida passa e não espera.
Cada dia é uma oportunidade,
se vivida de verdade,
sem esperar o sol da primavera.
Calmaria
Cansei de dor e dificuldade!
Quero leveza e tranquilidade.
Quero mar calmo
e uma brisa suave.
Quero certezas e reciprocidade,
tudo isso desde o início.
Quero gente de verdade,
e não personagem fictício.
Quero quem me faça bem,
ou ficarei apenas comigo
e mais ninguém.
Quero trocas reais,
risos, abraços e sorrisos.
Quero calmaria, quero paz.
Tem gente que ama falar de amor,
mas não sabe amar.
Tem gente que se diz bom,
mas não se pode confiar.
Tem gente que fala de empatia,
mas não a pratica,
gente vazia,
que vive uma hipocrisia.
Tem gente que fala de sensibilidade,
mas nem sente, na realidade.
É puro ego,
e nada é de verdade.
Nem tudo é o que parece,
nem todo mundo se transparece.
Às vezes a gente se decepciona,
mas a verdade sempre vem à tona.
Quando eu te encontrei,
suspirei,
te admirei,
me inspirei,
me encantei.
Não queria,
mas me apaixonei.
Te olhei,
me olhei,
Enfim, acordei!
Me enganei
quando me enteguei,
e quando, pelo seu encanto,
me levei.
Mas fiz bem
quando me declarei,
porque foi aí
que eu acordei.
Foi apenas algo que, sozinha,
idealizei.
Doeu, mas me esquivei.
Porque antes de te amar,
eu me amei.